O que comer em BH – para intolerantes à lactose – ou não!

Compromissos profissionais me levaram por 2 semanas a São Paulo. Fiquei animada com a mudança na rotina e também com aquele mísero final de semana incrustado entre as semanas de trabalho insano: estaria perto o suficiente para poder passar umas horinhas em Belo Horizonte!

A saudade de BH era grande: eu morei lá por pouco tempo muitos anos atrás, e dessa experiência restaram grandes amizades e um carinho grande também pelos programas que gostava de fazer. Sempre repito aquele roteirinho básico de quando lá vivia: Parque Municipal, Mercado Central, Maletta, Feira da Afonso Pena, Praça da Liberdade e o que for possível inserir e estiver valendo a visita.

Chegamos numa sexta à noite e no domingo de manhã já estávamos de partida outra vez. Queria ter tido mais tempo, mas mesmo tão apertado, rendeu um roteiro muito delicioso. Da rodoviária mesmo, já começamos tomando umas cervejas no Maletta, que era basicamente meu único lazer quando morava lá. Ainda comi um lanche vegano de um bar super incrível da parte de cima, o Olympia, feminista e engajado, com cardápio diferentão e atendentes trans.

Acordamos cedo para ir no Mercado Central, dar aquela circulada geral por todos os corredores, ou pelo menos, por todos os “temas” – sinceramente, é o melhor mercado público do Brasil, ainda não conheço o de Belém que dizem ser ainda maior e mais variado, mas o Mercado Central é impressionante: coberto, climatizado, limpo, mas sem deixar de ser pitoresco e colorido. Tem absolutamente tudo lá dentro, e é uma delícia. Estamos em Minas, afinal de contas, e lá é permitido a venda de queijos de leite cru, e em absolutamente todas as barraquinhas tem infinitas variações.

 

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Recomendo experimentar e, caso seja como eu, com restrições alimentares, explicar. Os queijos mais fermentados, duros e amarelos, “curados” na terminologia deles, têm menos lactose. O curado seria o melhor, mas um meia-cura já pode ser consumido sem grandes problemas (pelo menos por mim). Inclusive, eu trouxe meia peça de um meia-cura para terminar de maturar em casa e conto isso depois como ficou.

O lugar mais incrível para conhecer, entender e explorar teoricamente o universo desses queijos, para mim, é a Roça Capital, uma loja dentro do mercado que concentra os principais produtores da região da Canastra, mas também lida com doceiros, cachaceiros e produtores de embutidos artesanais. A loja é um primor: com uma curadoria espetacular, uma vitrine de queijos de encher os olhos, sempre tem degustações de produtos, e obviamente, de queijos. Os atendentes são muito bem preparados, explicam a origem e a característica de cada queijo, e conforme suas preferências, vão selecionando as melhores peças de acordo com o seu gosto.

Eu falei da minha intolerância à lactose. A partir disso, ele já me perguntou se eu preferia duros ou macios, salgados ou não, e foi selecionando conforme eu ia elogiando o sabor e textura de alguns. Comi uns 10 queijos diferentes, em cunhas finas, e no final, selecionei dois de que gostei mais. Aviso logo que os queijos não são baratos lá – você paga não só pela qualidade (os queijos premiados estão lá dentro), mas também pelo espaço físico, pelo atendimento impecável, enfim, você paga pelo estilo do comércio deles. Recomendo fortemente olhar o site, e o instagram – sempre tem coisas incríveis sendo compartilhadas.

Nas outras bancas, ainda comprei uma goiabada rústica, com as raspas (a granel), e meu namorado comprou um doce de leite caseiro, cremoso e bem clarinho. Aproveitei que estava por lá e adquiri uma manteiga de garrafa, farinha de mandioca amarela para minha mãe, cogumelos e temperos a granel, e umas flores lindas de tecido. Eu amo esse artesanato, se me deixassem, minha casa seria praticamente uma tendinha hippie – só que sem o cheiro de incenso.

Almoçamos ali perto, num restaurante simples (mas tinha tropeiro!), seguimos para a Praça da Liberdade e o CCBB. Fiquei desapontada porque entrei no interregno e perdi o Athos Bulcão, mas cheguei cedo para o Basquiat. Mesmo assim, sempre gosto de ver o que tem lá.

Fomos para o Santa Teresa olhar os grafites; está muito lindo essa parte, andamos por ali e comemos um pão de queijo feito de queijo da Canastra maravilhoso! Vimos o sol se pôr ali, com a vista do verde, da Praça da Estação, dos grafites e do viaduto.

 

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Já de noite e do lado de casa, a gente tinha uma festa junina na pracinha do lado de casa, no Floresta – o Pisa na Fulô, um bloco de Carnaval que toca forró decidiu fazer um arraiá também, e para nossa sorte, foi naquele sábado! A pracinha estava uma graça, toda decorada, a música era ótima. Comidas de barraquinhas, cerveja gelada, não tinha como errar. Comi um tropeiro completo, mas que na realidade, estava incompleto (hehehe), mas ainda assim muito bom.

 

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Domingo de manhã foi só o tempo de dar um passeio muito curto por dentro do Parque Municipal, andando perto dos brinquedos e já subir em direção à Afonso Pena: eu tinha esse meu objetivo de garimpar um tapete, mas acabei não encontrando um do tamanho que precisava. Comprei meu pilão de pedra sabão, que havia quebrado anos atrás, e pegamos o ônibus da Unir rumo a Confins. Chegando lá, havia tempo para um último pão de queijo, com café coado e bolo de fubá…

 

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Ficou faltando muita coisa, sabe? Eu gostaria de ter ido para os lados da Pampulha. E jantar num restaurante legal. Quem sabe ir no Orlando’s um pouquinho uma noite dessas? Passear pelos sebos abertos do Maletta. Revisitar o Parque das Mangabeiras, essas coisas. Nada disso deu tempo, porque era pouco tempo – e porque a nossa intenção era descansar e passar tempo juntos!

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