Eu era uma entusiasta consumidora de Snapchat, que acompanhei feito novela durante anos, tendo meus “canais” prediletos, com pessoas pelas quais me apaixonei só pelos videozinhos. Assisti a mudança para alguns perfis que divulgavam conteúdos, especialmente de saúde (que era o que mais me interessava) e me encantei com a ideia de ver pessoas como a Beyoncé fazendo vídeos de sua vida privada.
Aí o final vocês já conhecem.
Com a migração de verdadeiramente, todo mundo para o Instagram Stories, algo no meio do caminho meio que se perdeu, apesar do formato ser parecido. Acho o fato dos vídeos travarem e os filtros serem horríveis um fator de bode supremo, mas o que mais me chamou a atenção, foi como as pessoas que produziam extensos conteúdos no snap, já não o faziam da mesma forma no stories. Perdi minha novelinha. Chateada.
Saturada do mesmo conteúdo há tanto tempo, dei uma limpa violenta em muitos perfis, principalmente de nutricionistas. Depois, aproveitei para também deixar de seguir um outro meião de gente que tinham postagens monotemáticas, ou cujo modo de vida, de tão parecido com o meu, me entediava. E fui à cata de novas pessoas para seguir, sobre variados assuntos, abrindo uma janelinha para outros modos de vida. Adorei.
Esses são os que no momento me empolgam mais – mas de vez em quando entra uma nova pessoa, ou sai uma das que mencionei. São perfis de conteúdo, que nos stories, desenvolvem de uma forma mais dinâmica alguns assuntos – tem gente muito boa de feed, com textos ótimos, mas péssimos stories. Linguagens diferentes, né?
Mari Stock, do @prazerela
Já vamos começar a semana pelo melhor? SEXO. A Mari todos os dias vai lá e conversa, de uma maneira muito entendível, sobre a fisiologia do corpo da mulher, sobre nossa anatomia, nossos hormônios e emoções, tudo orientado ao objetivo do prazer. Fala de orgasmo, de sexualidade ser uma jornada solo, da gente se conhecer mais profundamente, de técnicas seguras para as mais diversas práticas sexuais, tudo com muita segurança e zero formalidade. Fundamental para homens, indispensável para mulheres! Assista todos os destaques, que são excelentes, e cuide de não perder as lives, que ela faz com frequência, e aí desenvolve com mais tempo os conceitos todos, numa conversa super agradável.

“Mide”, do @midesimone
Eu amo a Mide há anos, desde o snap. Ela não produz um conteúdo profissional, apenas compartilha o seu cotidiano, que por si só, já acho bem interessante, talvez por ser diferente do meu: ela mora em New Jersey (USA), é casada com um americano, trabalha com diversos tipos de emprego (dogwalker, aupair, entre várias outras), frequenta uma igreja evangélica aos domingos com toda aquela musicalidade dos filmes, etc. Além disso, ela também treina, faz dieta, e isso é o pano de fundo de tudo – ela já perdeu 40kg, ainda está na casa dos 80 e diz que vai persistir até os 60. Daí no meio de uma conversa, ela compartilha o bullying que já sofreu, conta os bafões de família (já amamos odiar pessoas que nem conhecemos, só pelo relato dela), faz uma viagem bacana… E a gente se emociona junto, torce muito pela felicidade dela, e aprende diversas lições sobre paciência, auto-estima, e por aí vai.

Patricia, do @tempojunto
Eu não sou mãe, e pesquisas apontam que não serei. Já a Patricia, além de mãe de duas, é uma especialista no brincar – ela ensina adultos, pais e mães, a brincar com os seus filhos em todas as idades. Ensina a olhar todas as fases do desenvolvimento infantil e quais as brincadeiras que mais “combinam” com o período, ajuda a mostrar que brincar é muito mais do que brinquedos – de vez em quando, elas estão com algum jogo inventado rolando, em situações hostis como fila de trânsito, entre outras. Além de poder aprender a brincar com as crianças, a gente de lambuja aprende a brincar pela vida, como adultos. É um universo muito interessante, que eu de outra forma talvez jamais tomasse contato.

Flavia Albuquerque, do @pontolacaniano
Flavia é psicanalista (a linha que estuda e “aplica” Freud em consultório) e usa o seu perfil para soltar algumas pílulas dos conceitos da psicanálise ao longo dos acontecimentos da semana – sejam de seu cotidiano, sejam de grandes comoções nacionais. Ela indica livros, explica um pouco do universo da análise (sob a ótica da psicanálise), e gosta de confrontar os conceitos e as zonas de conforto comuns. Nem sempre tem stories, mas quando tem, é muito estimulante – e digo isso como paciente de uma psicoterapeuta da linha da Gestalt, que não pretendo trocar tão logo. Não é uma palavra final sobre como levar a vida, mas é um verdadeiro ponto de interrogação.

Lis Cereja, de seu homônimo @liscereja
A Lis é a dona e também a chef da lindíssima Enoteca Saint Vin Saint – um restaurante de gastronomia sazonal, orgânica e sustentável. Olhem o site deles para sentir a vibe, e se encantar. Só que no seu perfil pessoal, tem um acervo interessantíssimo de suas viagens (que são várias, maravilhosas) e um verdadeiro food-wine-diary junto. Por gostar de alimentos e vinhos naturais, ela persegue (e encontra) verdadeiras jóias pelo mundo todo. Quando ela está viajando, os stories são cheios de dicas de lugares, de comidinhas inusitadas e deliciosas, e quando está por casa, é da chácara onde vive, as suas cabrinhas, alguns preparos que faz para comer em casa ou na Enoteca. Tudo bem ecologicamente correto, sem ser chato. Se você ler isso hoje, corre ver os stories dela na Grécia!

Esses são os meus. Deixo rolando, enquanto lavo louça, me arrumo ou qualquer outra atividade que eu possa ir escutando, sem ter que parar tudo pra assistir. Por isso mesmo, não gosto tanto daqueles que só põem fotos, coisas escritas. Se você tem alguma pessoa que adora seguir, pelo tema que for, me indica por favor? Agradecida!