Meu roteiro de Lima – como montei(e que critérios utilizei)

 

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Esse é o meu roteiro, ainda em fase de finalização

Faltam só 13 dias para minha viagem ao Peru, e os planos já estão praticamente todos feitos. Sabe aquele dito antigo, de que “o melhor da festa é esperar por ela”? Pois é. Para mim, o melhor da viagem também é esperar por ela, e planejar com muita antecedência, para já entrar no clima.

Eu inclusive, começo a definir meus destinos já com base nesse esperar todo. Gasto diversas horas de vida simplesmente lendo a respeito de lugares que não conheço, e através dos relatos das pessoas, vou definindo se aquele lugar tem ou não a vibe que estou procurando para aquelas férias.

Lima é o melhor exemplo disso: nunca te vi, sempre te amei. Eu amo gastronomia, frutos do mar e ceviche. Era de se imaginar, portanto, que adoraria o Peru. Durante muito tempo, no entanto, eu pensei que ir ao Peru era igual a ir a Macchu Pichu, e por isso, demorei muito em concretizar essa viagem. Quando decidi que ia viajar para comer, tirei Macchu Picchu da jogada e a decisão ficou mais fácil.

Como vou completamente sozinha, não me senti confortável em ir para uma aventura envolvendo trilhas, altitude, e mais um monte de outras variáveis que podem exigir companhia. Pois bem, vou ficar uma semana (de domingo a domingo), com tempo suficiente para cobrir os principais pontos turísticos, e também, claro, conhecer as comidas que quero provar. Tentei estruturar em tópicos o meu percurso de pensamento no planejamento de roteiro:

1 – eu conto o número de refeições que terei. Conto café da tarde, almoço e jantar, pois vou ganhar café da manhã na hospedagem (vou experimentar o café da manhã, se não me agradar, posso comer na rua).

2 – eu privilegio o almoço para a refeição principal. Se você quer conhecer restaurantes com calma, saborear a comida, mas também o momento, e o ambiente, faça como eu: vá durante a semana, preferencialmente na hora de almoço. Lógico, alguns lugares vão abrir somente para o jantar, e a experiência pode envolver pegar a casa no seu auge, mas em geral, eu prefiro ir no contrafluxo: no início da semana, quando a maioria das pessoas não sai. Aí você tem mais tranquilidade das pessoas que trabalham lá (a cozinha funciona sem pressão, o atendimento idem), não passa tempo em fila (eu não espero em fila, isso me bodeia), e nem fica se sentindo culpada por estar ocupando uma mesa, quando todo mundo lá fora está só no aguardo da sua saída. Eventualmente, os preços mudam, principalmente se for na hora de almoço – é comum os restaurantes terem opções diferenciadas para durante o dia, com preços mais amigos.

3 – eu pesquiso cada restaurante antes de ir. Gosto de sempre olhar as revisões no tripadvisor, principalmente as críticas. Os elogios tendem a ser genéricos, subjetivos, mas os “defeitos” vêm mais detalhados, e dão boas pistas se adianta para mim conhecer aquele lugar. Se dizem que naquela pizzaria a massa tem “pouco recheio”, e aí pelas fotos vejo uma massa fininha, com recheio equilibrado, eu sei que tendo a gostar mais daquele local. Se dizem que o ceviche era “muito apimentado”, posso decidir pedir o meu sem pimenta. Se falam muito mal de determinada entrada, posso me focar no prato principal, e assim por diante. Já dou uma conferida geral nos preços, e aí planejar financeiramente  cada local – por exemplo, se estou com orçamento mais curto, mas quero muito conhecer determinado restaurante, posso planejar uma ida mais rápida, provar apenas a sobremesa ou a entrada, comendo algo mais leve, mas que me permitirá conhecer o ambiente, ver se curto o tempero, passar um tempo lá, e não necessariamente matar a fome.

4 – eu faço o roteiro turístico baseado nos locais que quero comer, e não o contrário. Vejo os pontos de visitação (como museus, praças, parques) e os locais que quero comer, e concilio uma coisa com a outra. Primeiro, vejo onde quero almoçar, depois, vejo o que tem lá próximo para visitar. Assim, por exemplo, tem um dia que quero muito conhecer um bar de jazz com drinks e boas entradas lá em Barranco. Logo, vou me encaminhar para Barranco já de tarde, conhecer os lugares, fazer minhas fotos e passeios, e no fim do dia, estarei pronta para me encaminhar ao local que quero ir, de bem mais perto.

Da mesma forma, alguns dias serão cansativos, porque vou andar muito, ver muitas coisas, e não pretendo perder tempo da noite na rua. Para essas noites, também listei alguns locais de comida mais rápida, orçamento mais baixo, em Miraflores, onde estarei dormindo. Assim, aproveito para comer algo que quero, mas de maneira mais simples e rápida, perto de minha hospedagem.

Tem comidas típicas que não são uma refeição: doces, cafés, pães, milhos, sorvetes (se der calor), diversas frutas. Essas, vou carregar comigo na mochila, para lanchar durante a tarde ou manhã. Assim, ao invés de comer uma barrinha, um biscoito sem graça, vou comer alguma golosina (guloseima em espanhol, não é muito mais legal?) local, podendo aproveitar mais um espaço de fome para isso.

5 – eu pesquiso exaustivamente, antes de definir um local a ir. No final de diversas pesquisas, eu tenho listado de maneira bruta: lugares que quero visitar, restaurantes que quero comer, comidas locais que quero provar. Aí eu começo a encaixar uma coisa na outra: vejo quais restaurantes ficam em localização próxima aos pontos turísticos que quero visitar, e vou combinando os planos.

Eu sempre digito no google algumas palavras-chave combinadas: o que comer em Lima, onde comer em Lima, o que comprar em Lima (alguém sempre cita comidas e temperos), supermercados em Lima (vocês não imaginam as ocorrências legais que podem sair dessa busca, muitos brasileiros fazem artigos em português mostrando os seus achados), e lógico, o que fazer em Lima. Leio absolutamente todos os artigos, e aquilo que começa a se repetir, é porque tem um potencial maior de ser interessante e indispensável no roteiro.

6 – eu defino um orçamento para cada atividade. Separo sempre em deslocamento, alimentação e compras (não incluo passagem e hospedagem porque eu pago isso antes). Para chegar nesse cálculo, todo o empenho anterior me vale, só de pesquisar aquelas palavras-chave ali, já tenho uma noção aproximada dos preços das coisas. E faço um orçamento ligeiramente mais alto (uns 10% a mais do que a média que percebi nas pesquisas).

Sempre também entro em alguns sites que considero relevantes para meu planejamento financeiro: supermercados (olho os preços médios das coisas que costumo comprar, como vinhos, frios, etc), lojas grandes (olhei nesse caso o site da Falabela, Casaideas), e pego os preços dos restaurantes que eu encontrar. Nessa peneira, se necessário, eu já retiro algumas coisas, caso perceba que o gasto ficou excessivo.

7 – eu mando no meu roteiro, ele não manda em mim. O roteiro é só uma bússola, para garantir que eu saiba o que não quero perder, mas jamais é uma palavra final. Posso trocar as atividades de dia ou horário, posso abrir mão de alguma em detrimento de outra que nem sabia que existia. Tem coisas que só de ver as fotos eu já sei que não vou apreciar tanto. Então essas serão as primeiras a serem tiradas fora. Tem pouca atividade por dia, porque quero poder me demorar um pouco mais naquelas que eu mais apreciar. Eu gosto de ter essas anotações para a eventualidade de me sobrar tempo, eu poder usar um guia feito por mim, para decidir o que fazer com base nos meus gostos pessoais.

Essa não é, evidentemente, a forma certa de fazer um roteiro, porque isso não existe. Essa é a minha forma de fazer um roteiro, privilegiando aquilo que eu gosto mais (que é provar da gastronomia local, e ter experiências incríveis com alimentos e lugares). Você pode ter um foco diferente do meu, por exemplo…livrarias. Um bibliófilo poderá listar todas as livrarias, sebos e bibliotecas ao longo do destino que quer conhecer, e ao redor disso, fazer sua programação. Uma pessoa focada em compras, organizará suas atividades ao redor dos melhores pontos. E assim por diante.

Eu amo fazer isso! Não vejo a hora de desembarcar em Lima. E aceito recomendações, se você tiver alguma para me dar!

 

 

 

 

 

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