Esse título está salvo há 4 meses no meu rascunho, e por alguma razão, não dei continuidade à escrita.
Mas ao pensar sobre algumas situações que me aconteciam naquele período, mais um intenso internalizar de várias coisas nos últimos dias, vislumbrei um pouco do que pensava e sentia a respeito.
Eu me referia a pessoas do meu convívio, e que não posso simplesmente evitar. Também me referia a pessoas que escolhi parar de conviver. Uma, em especial, foi um processo abrupto porém tardio: quando decidi que não queria mais aquele tipo de atitude na minha vida, foi fácil decidir tirar a pessoa.
Achei que durante um tempo eu sentiria falta, especialmente da parte boa, mas descobri que o custo era muito alto e não valia o benefício já há muito tempo. Ninguém morreu, afinal de contas.
Ainda nesse espectro, comecei a respeitar mais o meu tempo. Hoje em dia, com a facilidade da internet, eu acabava “sabendo da vida” de gente com quem eu não tinha intimidade, e nem sempre tinha afinidade. Me vi ficando envenenada e até um pouco venenosa a respeito da vida dos outros. Cometi aquele erro que mencionei nesse post aqui.
Deixei de seguir muita gente: gente que fala de temas que não me interessavam mais, como emagrecimento e fitness. Gente que prega mindset de enriquecimento às custas da ingenuidade de um público pouco alfabetizado e privado de um lazer mais adequado do que redes sociais e memes.
Mas o que mais tem sido dolorido, com certeza, é desapegar da vontade de ser amada e querida por todo mundo. Algo em mim morre de medo de desagradar. É fácil arrancar um sorriso meu, mesmo que eu não ache graça do que a outra pessoa falou.
Lembram de quando eu reclamei das pessoas que me obrigavam a escutar coisas que eu não queria? Continuo vindo trabalhar de fones – o lembrete concreto do meu compromisso de não ser interrompida o tempo todo. As coisas estão caminhando um pouco melhor, desde que eu decidi colocar meus limites de forma mais clara.
Mais difícil do que lidar com o fato de que “afastei” as pessoas ao meu redor, foi lidar com o fato de que elas talvez me achem antipática, rude, grosseira, esquisita. É difícil até colocar em palavras, mas algo muito antigo em mim deseja que todos gostem de mim.
Desde que recomecei a psicoterapia, temos falado sobre as duas Thaís’s que se conflitam aqui dentro. Uma delas precisa de espaço, e nesse espaço não cabe mais ficar se encolhendo. Nem esconder como me sinto ou o que penso. Não precisa de aprovação permanente, talvez nem queira isso.
A responsabilidade sobre o clima geral da conversa e em manter o clima mais ameno entre as pessoas era algo que eu achava que era totalmente minha. Paranoia completa, eu sei. Dá vergonha até de escrever isso! Mas até eu perceber que isso ditava meu ritmo de relacionamentos, e que não precisava ser assim, anos de auto-análise e psicoterapia se passaram.
Você que chegou até o final: meus sinceros parabéns! Me conta: as pessoas ao seu redor custam muito da sua energia? Você lida bem com isso? Aprendendo que estou, aceito uns conselhos!
Desde ficou decidida a mudança para a Eslováquia, venho gradativamente afastando pessoas que me fazem mal. E te digo sem sombra de dúvida. Não sinto falta de ninguém, nem me sinto culpada por isso. Continue fazendo suas faxinas internas e externas. Te amo
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