Síndrome do intestino irritado capítulo 20-3023-04-249

Compota de pêra cozida com extrato de baunilha e erva-doce, amigas da digestão.

A pessoa doente só quer melhorar. Nada mais importa, é o verdadeiro bode na sala. Sabe quando você fica todo congestionado e nem dorme direito? Na manhã em que tudo volta a fluir, você sente tudo diferente.

Mas tem um detalhe: assim que você fica bem por um certo tempo, isso vira paisagem de fundo, já não é mais visto como uma dádiva. É simplesmente aquilo funcionando como deveria funcionar.

Foi assim comigo e meu intestino nos últimos tempos: as crises se tornaram episódios tão pontuais, que consigo enumerar. Passei a agir despreocupadamente, na medida das minhas limitações: como intolerante a lactose que sou, não descuido desse fator. Mas tirando isso, vida nova.

Até que, na semana passada, se formou uma tempestade: eu presenciei uma situação social que me deu gatilho de sofrimento, por lembrar coisas que já vivenciei e me foram dolorosas. Entrei num looping emocional muito envolvida pela questão: só pensava no assunto, falava do assunto constantemente. Segui com a minha rotina habitual: atividades físicas regulares (5x na semana, quem diria?), comendo a comida de casa, tomando meus suplementos. E na madrugada de quinta para sexta-feira, acordei péssima.

Uma enxaqueca do tipo alucinante, associada com uma crise intestinal equivalente a quando tive COVID, em 2021. Três comprimidos depois, do meu arsenal mais forte, eu continuava com dores, fraca, enjoada, trêmula. Dopada, por volta de 30h depois da primeira crise, outra onda lancinante de dor me aferroava a nuca. Acordei para me medicar e tentar evitar a crise. Contive – passei os dois dias seguintes só com a aura.

Desde então, meu intestino não se emendou mais. Tentei voltar ao hábito anterior, não funcionou: cada comidinha que fazia, mesmo as mais inocentes, caíam como bombas dentro do meu estômago. Foi preciso acontecer mais 2-3 dias de incômodo para, dois dias atrás, eu dar uma guinada.

Pára tudo, recalcula, que algo de errado não está certo.

Avaliei as minhas diversas possibilidades de encarar a situação: chega num ponto, em que você já foi a tantos especialistas, que aprende alguma coisa com isso. Por conta própria, encomendei os probióticos que se recomenda mais utilizar durante essa fase aguda de intestino solto. Revisei os milhares de cardápios montados por nutricionistas que já recebi na vida, e selecionei o que mais fazia sentido: consumir tudo cozido, e bastante fácil – frango só desfiado, carne só moída, e tudo muito cozido, quase desmanchando.

Esse pãozinho de beijo, vegano, está no meu ebook de receitas grátis. Link aqui.

Sem saladas nem peixe cru para dona Thaís por enquanto. Chato, monótono, não vou mentir. Mas é preciso. Agendei uma consulta com meu gastroenterologista, que não vejo desde março de 2020. Tenho utilizado um sachê de enzimas digestivas junto de cada refeição. Nenhum industrializado foi consumido nesse curto período. Mantive as aulas de pilates, yoga. Fui à psicoterapeuta, e desabafei com meu namorado sobre as situações que me deixaram tão agitada.

E assim como deliberadamente evitei as saladas e o peixe cru, optei por evitar os pensamentos intrusivos, que não levariam à minha melhora. Não vão achando que é simples, mas é necessário. Meditação ajuda a guiar melhor para onde você quer que a sua mente se encaminhe. Yoga também. E por via das dúvidas, umas gotas de óleo essencial de peppermint com óleo de gergelim para massagear o abdome, de manhã e à noite.

Por coincidência, encontrei umas anotações minhas do ano de 2017, quando meus sintomas iniciaram e eu não sabia exatamente o que tinha – meu diagnóstico só ocorreria em meados de 2018. Além do padrão alimentar muito errático, os sintomas e o fator emocional eram fortíssimos. Só eu sei onde tudo isso me levou, nos meses seguintes.

E é essa a vantagem da memória: reter aprendizados e fazer diferente a partir de agora.

Espero não levar muitos dias até poder dizer que superei essa fase.

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