O que a sua criança pode te ensinar sobre ayurveda?

Semana passada (dia 12/10) foi Dia das Crianças, e eu morri de fofura com as fotinhos dos meus amigos pelas redes sociais.

E resolvi desenvolver um pouquinho melhor sobre os doshas e as suas manifestações na nossa vida, a começar pela infância. Essa é uma ferramenta de autoconhecimento muito legal e que já pode te ensinar algo da sua essência.

Ayurvedicamente falando, temos uma essência ao nascer, que pode ou não se manifestar (em termos de saúde e doença) que em sânscrito se chama prakriti. Pensando em corpo físico, nós nascemos com uma combinação única dos 3 doshas (que significa tendência ao desequilíbrio).

Assim como num teste genético você descobre propensões a certos tipos de doença, na fisiologia ayurvédica, você também fica sabendo as suas tendências. Se vai ou não manifestar certa tendência à doença, depende muito do seu ambiente e hábitos de vida.

E o que a infância tem a ver com isso?

Pois então. Para ayurveda, você no início da sua vida, está mais próximo da sua essência, pois ainda não foi tão influenciada(o) pelo ambiente, nem teve tempo de cultivar (muitos) hábitos que adoecem.

Assim, quando você começa a sua vidinha e tem os primeiros problemas de saúde, eles são muito provavelmente um reflexo do seu “pacote original”. As doenças que você apresenta na infância podem ser um indicador dos doshas que mais se manifestam no seu corpo.

Vou me usar de exemplo: eu fui uma criança que apresentava problemas alérgicos desde sempre. Meu pai conta que numa casa sem nada de valor dentro, em plena década de 1980, eles já tinham ar-condicionado em casa, por que eu ficava toda vermelhinha, cheia de irritações na pele.

Anos mais tarde, com 8 anos, eu desenvolvi uma alergia diferente, que fazia com que meus olhos e lábios inchassem, sem nenhuma explicação aparente. Havia uma suspeita de que fosse alimentar.

Não haviam tantos recursos assim de exames, então o médico foi visionário e mesmo sem saber qual era o alimento, me colocou numa restrição alimentar severa (e que deu resultados). Foi necessário radicalizar tanto na alimentação, que minha mãe fazia o pão dentro de casa.

Eu também passava algum tipo de aperto com as minhas vias respiratórias nessa primeira fase da infância. Lembro que era relativamente comum eu faltar à aula no inverno por conta de faringite. Aos 6 aninhos, já usava óculos de grau para astigmatismo e miopia.

Conforme fui crescendo, outras coisas ocorriam comigo: acne, apendicite, síndrome dos ovários policísticos surgiram na adolescência. O que todas essas coisas têm em comum?

A primeira e mais interessante: eram processos agudos e inflamatórios. Quase sempre estourava na pele. A pele, assim como os olhos e o fígado, são órgãos relacionados ao dosha pitta, que tem os seguintes atributos: oleoso, intenso, quente, leve, mal cheiroso, fluido e líquido.

Tudo o que você tiver que estiver quente, latejante, tem pitta atuando naquele processo. Dores agudas como enxaqueca (sim, também tenho), irritações na pele com coceira, inflamações como acne, caspa…

Isso não significa que só uma pessoa com essa tendência apresentará desequilíbrios de pitta. Mas quem já tem muito de pitta na sua constituição, tende a desequilibrar primeiro nesse dosha.

E como você faz pra saber qual era o seu lá no início?

Consultando comigo, lógico! J Responde esse e-mail que te passo as informações direitinho.

E você pode fazer uma retrospectiva dessa primeira fase sua, pensando no que acontecia mais: tinha muita asma, bronquite, hérnias? Desequilíbrio de kapha.

Desde criancinha tinha intestino preso, vivia quebrando alguma parte do corpo em tombo besta, era ruim de apetite e não queria comer nada? Desequilíbrio de vata.

Aproveita essa fase gostosa de olhar para as fotos de criança e tenta identificar o que você tinha e acabou perdendo, ou aquilo que segue com você até hoje. Isso vale para o físico e para o mental.

Quanto mais próximos estivermos daquilo que “nascemos pra ser”, mais facilmente nosso corpo e mente vão se ajustar e viver bem e com saúde. Tempos atrás, eu contei aqui no blog sobre Ana Paula, uma coleguinha de escola que eu queria muito ser.

Eu jamais poderia ter sido Ana Paula, assim como ninguém além de mim poderia comportar a minha existência. Vamos honrar a nossa própria essência?

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